Rei ou Presidente? #HistóriaIbérica

Os Filhos de Heródoto
3 min readOct 1, 2020

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À esquerda Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente de Portugal. À direita, o rei da Espanha, Filipe VI.

Em pleno Séc. XXI, O país da Espanha se encontra em um modelo de Monarquia Parlamentarista, enquanto Portugal vive em uma República Semipresidencialista, ambas as organizações políticas adotadas por esses países são até certo ponto semelhantes, mas divergem bastante, sendo a principal divergência a figura do Rei em uma, e a do presidente em outra, além das divergências de funções de cada um deles. Na Monarquia Parlamentarista o Rei tem uma função de figura e voz política, enquanto seu primeiro-ministro tem o papel de governar de fato, já na República Semipresidencialista o presidente governa junto ao seu parlamento, havendo uma divisão dessa “governabilidade”.

Mas quais os caminhos que esses dois países tomaram pra estar onde estão? Por que esses dois países que já foram um só, hoje apresentam organizações políticas tão distintas, tendo um rei na Espanha e um presidente em Portugal? Para respondermos essas e mais perguntas precisamos voltar bastante no tempo, quem sabe voltar até pra Roma antiga, e entender como se deu o início de todo esse processo, analisando as várias organizações políticas dessas civilizações ibéricas ao longo da História.

Bem nostálgico hein!?
Povos pré-romanos

Esse território histórico e cheio de culturas tem em seu passado uma diversidade de povos que moldam sua sociedade, no que tange a política, o idioma, a religião, etc. Existiam na Península Ibérica diversas colônias gregas e fenícias, que por volta de 210 a.C foram dominadas pelo Império Romana que se expandia de “vento em popa”. Esse domínio romano no início se deteve no litoral, onde ficavam as colônias gregas e fenícias. É importante observar que haviam diversos povos que habitavam a região, com destaque para os Célticos, Galaicos e os Lusitanos, estes dois últimos representam os antepassados linguísticos do português, do galego e do espanhol.

Sobre isso escreve Nilsa Areán-García (2009, p. 27):

“Posteriormente, de 197 a 133 a. C. durante o Império de Augusto, houve uma grande investida em direção ao interior da Península com sua quase total incorporação ao Império, ficando apenas o extremo norte povoado pelos bascos e cântabros, e extremo noroeste, povoado pelos galaicos à margem imperial.”

Expansão Romana na Península Ibérica.

Sabe-se que a romanização chegou ao norte e ao noroeste por volta do início da era cristã e com essa chegada o domínio romano introduziu diversos elementos socioculturais desconhecidos pelos povos autóctones. É nesse sentido que observamos a organização política gerada pelo Império Romano na península ibérica. A aplicação do Direito Romano da organização militar, da organização social, fez surgir novos processos na Ibéria, e de diversas formas diferentes. Tais diferenças são observadas por exemplo na língua, quando ocorre a romanização, há o processo chamado de latinização, a língua Latina se torna a língua principal e com a mistura com os diverso dialetos dos povos supracitados fez nascer as línguas modernas da península Ibérica, o Português e o Espanhol. Cada localidade teve uma forma de colonização específica visando a integridade e manutenção do poder imperial romano.

Ainda existem diversas organizações políticas que passaram pela História da Civilização Ibérica até que cheguemos ao presente, mas isso é cena para os próximos capítulos.

ALREÁN-GARCÍA, Nilsa. Breve Histórico da Península Ibérica. Revista Philologus, Ano 15, N° 45. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2009. Acesso em: http://www.usp.br/gmhp/publ/AreA4.pdf.

https://veja.abril.com.br/politica/veja-as-diferencas-entre-parlamentarismo-e-semipresidencialismo/

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Sob a proteção de “papai” Heródoto, a História avança as vicissitudes do tempo(Falamos bonito né? Rsrs). Vem com a gente, porque a História é longa!

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