“Tem galinha nova no porto!” #BrasilImpério
Sabe-se que no ano de 1850, mais precisamente em 4 de setembro de 1850, foi promulgada a Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico transatlântico de escravos. De acordo com a legislação, as embarcações de bandeira brasileira localizadas em qualquer parte, ou as estrangeiras encontradas em portos ou mares territoriais do Brasil, que tivessem escravos a bordo, seriam apreendidas pelas autoridades imperiais e consideradas importadoras de escravos.
Essa lei, só veio existir por causa da pressão da Coroa Britânica sobre o Brasil, vale lembrar que a Inglaterra era uma das principais parceiras econômicas do Império Brasileiro, tal pressão se deu cinco anos antes da Lei Eusébio de Queirós, com a Lei inglesa Bill Aberdeen, que deu amplos poderes às autoridades britânicas para reprimir o tráfico de escravos em navios brasileiros através da apreensão de embarcações e do julgamento da tripulação, que seria acusada de pirataria.
Entretanto, após a lei que proibia o tráfico de escravos no Brasil, ainda havia a existência desse tráfico por “debaixo dos panos”, na região do estado de Pernambuco encontramos um exemplo dessa triste história. Na hoje, tão visitada, praia de Porto de Galinhas, cidade de Ipojuca, havia à época um Porto, chamado de Porto Rico, onde recebiam diversos produtos em especial “Galinhas D’Angola”, que era um prato muito apreciado na região, ademais os escravos também eram trazidos afinal nesta condição eram considerados produtos. Após a proibição do tráfico, os escravos continuaram a ser trazidos, mas vinham escondidos em navios cargueiros, e para fugir da fiscalização se dizia “Tem galinha nova no porto!” se referindo aos escravos capturados da África para a atividade compulsória nas terras brasileiras. Neste sentido o Porto Rico acabou com o tempo, sendo chamado de Porto de Galinhas.